19.12.15

Era tarde
Eu já havia chorado
Era tarde para acreditar outra vez
Já havia ido embora
Eram pessoas 
Pessoas tarde
Chorado, rido passos e passos
Embora 
Existiram sempre embora 
Embora eu estivesse aqui
já não estava

A casa se esvaziando aos poucos e a terrível vontade de viver 
mais e mais
outra vez
outras historias 

Encontros, gosto dessa ideia. Destino longe do sentido mais pragmática de caminhos construídos muito antes da concepção, as celulas só foram - fizeram a parte dela - se dividindo e seguiram o que vibravam ser. Não há limites porque nunca houve estradas, o asfalto liso e a marcação no chão. Construção de imposições, Placas alertam, limite, pare, 150 km, cem e cinquenta, dessa vez é tudo ou nada. O que é perigoso? O que é seguro?

Eu a vi sentada
A senti
Eu os vi
Eu a vi
Vibramos, o que já era pra ser 
Eu, vocês....
Em um segundo de eternidade

 Eram tempos difíceis, a falta de fé nos desanimava a cada encruzilhada, o país estava em guerra, estávamos em guerra também. Os sambas foram para as ruas; em danças embriagada, outras que só poderiam ter saído da alma, todos estavam lá. Eu, só, a observar, eram gritos de dentro pra fora de fora pra dentro
 - ou você se leva ou eles te levavam
- Onde estão indo? Embora eu perguntasse sem nenhuma imposição, as reações para o meu eco eram de doer – as caras enrugadas seguiam as suas lindas miragem, delírios sintomáticos de quem morre de fome. Levei a mão ao peito e segurei o colar de pedra lunar, um único sinal: ainda acredito na leveza do amor, das trocas, carrego pedaços de todos que me presentearam com o que mais honesto pode existir: O amor sem a predestinação das imposições, não há dor. Seguimos vibrando o que é, na forma mais pura, o meu corpo assuma a postura, o jeito único de caminhar, só é.
Eu ainda acredito
Há amor por ai
Muito dele


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