Era
tarde
Eu
já havia chorado
Era
tarde para acreditar outra vez
Já
havia ido embora
Eram
pessoas
Pessoas
tarde
Chorado,
rido passos e passos
Já
Embora
Existiram
sempre embora
Embora
eu estivesse aqui
já
não estava
A
casa se esvaziando aos poucos e a terrível vontade de viver
mais
e mais
outra
vez
outras
historias
Encontros,
gosto dessa ideia. Destino longe do sentido mais pragmática de caminhos
construídos muito antes da concepção, as celulas só foram - fizeram a parte
dela - se dividindo e seguiram o que vibravam ser. Não há limites porque nunca
houve estradas, o asfalto liso e a marcação no chão. Construção de imposições,
Placas alertam, limite, pare, 150 km, cem e cinquenta, dessa vez é tudo ou
nada. O que é perigoso? O que é seguro?
Eu
a vi sentada
A
senti
Eu
os vi
Eu
a vi
Vibramos,
o que já era pra ser
Eu,
vocês....
Em
um segundo de eternidade
Eram
tempos difíceis, a falta de fé nos desanimava a cada encruzilhada, o país
estava em guerra, estávamos em guerra também. Os sambas foram para as ruas; em
danças embriagada, outras que só poderiam ter saído da alma, todos estavam lá.
Eu, só, a observar, eram gritos de dentro pra fora de fora pra dentro
- ou você se leva ou eles te levavam
-
Onde estão indo? Embora eu perguntasse sem nenhuma imposição, as reações para o
meu eco eram de doer – as caras enrugadas seguiam as suas lindas miragem, delírios
sintomáticos de quem morre de fome. Levei a mão ao peito e segurei o colar de
pedra lunar, um único sinal: ainda acredito na leveza do amor, das trocas, carrego
pedaços de todos que me presentearam com o que mais honesto pode existir: O
amor sem a predestinação das imposições, não há
dor. Seguimos vibrando o que é, na forma mais pura, o meu corpo assuma a
postura, o jeito único de caminhar, só é.
Eu ainda acredito
Há amor por ai
Muito dele
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