20.3.15

Maratona

É preciso respirar, não se culpar por escrever pouco, escrever mal. Qualquer ação é treino e vontade, mesmo as sinuosas curvas sobre o papel. Qualquer leitura só é atenta ao ouvido inerte e mente aberta, qualquer verso só tem desejo se paixão: não se inspira; cria.

Cria o hábito de ler sem pausa inspirando, expirando, como agora, corpo mente uma só, mundo arte coisa mesma, só tenta esticar um pouco mais o ar pulmão afora, aflora os lábios e grita em sussurro: só-mais-um-pouco.

Só mais paciência porque tudo não se pode ser; mais compaixão pois és processo, fluido, vetor de mudança: direção a tua. Tateia o vazio e procura rocha, fundação e fundo, corrente e âncora, base de pé, de mão, daí

Daí tentar de novo, cair vamos sempre e dói e para e dói mas faz a vida sentir, ser,
                                                                                                                                    é










Paciência, fôlego, ritmo
Paciência, fôlego, ritmo
Atenção: entusiasmo!

19.3.15

O surto

Eu não sei de onde vem todas essas pessoas que todo dia visitam o blog. Um acaso? Erro do desdino? Estatística esquizofrênica?
Não tenho uma dessas câmera que custam alguns milhares de trocados. Nem tiro fotos dos detalhes da natureza que passaria despercebida aos olhares deslumbrados de quem só comtempla, de forma uni, tudo a sua volta.
Sou meio grodinha, meu cabelo sempre parece ta bagunçado e mesmo com 27 anos, travo uma verdadeira batalha para seguir um sonho de ser uma boa sociojornalista. Não sou estilosa mas, talvez se me sobrasse alguns milhares de trocados seria.  Talvez se eu tivesse desistido dessa terrivel 'vaidade' que é o saber, me virado em qualquer emprego e cruzado os dedos até dar sorte.
Por falor em sorte, sim, eu a tenho. Não essa sorte que me faz ser motivos de olhares, porque sou magra ou porque frequento lugares legais.
 Eu tenho a sorte silenciosa, que faz você pousar aqui outra vez e me ler, mesmo que não faça o menor sentido.
Embora respeitosamente agradeço a luta, o sangue, o suor  dessas engajadas pessoas para que hoje eu possa estar aqui falando com um pouco mais liberdade, eu não sou ativista ou militante ativa, nem to engajada a um movimento, não sou da galera do teatro, nem da galera do cinema, nem da classe artística de "vanguarda" ( porque artistas somos todos), nem sou da galera que é tudo isso misturado. Também  não é o fato de ser jornalista e cientista social que não tenho o direito de: fazer/falar coisas idiotas ou banais, ter erros de porrutugues, ter neutralidade política.  Eu também cumpro com minha função sociais de existir.
Agora da licença que essa cama ta gostosa de mais pra me preocupar com bad trip

10.3.15





- Reforma de apartamento é uma espécie de histeria coletiva. A energia do primeiro martelo no chão, desperta todos os outros

- Escuta só, deve ter uns 4 apartamentos trocando o piso e derrubando paredes.

- Derrubando paredes?  Pra onde essas pessoas querem se expandir? Moramos em prédios, é tecnicamente impossível tirar as paredes.

- Talvez os moradores estejam jogando Jenga com o prédio


- Ou enlouqueceram todos de uma só vez . O que se passa na cabeça do gênio da engenharia que acha uma boa ideia amontoar várias pessoas, umas em cima das outras. O barulho da sua existir incomoda o outro morador. Andar, cantar, conversar, a panela de feijão no fogo e as inúmeras vezes que esqueci a cortina aberta e sai do banheiro de sutiã.  O pior é quem achou uma boa ideia e resolveu pagar toda sua fortuna em uma unidade de desconforto

-Você paga por isso

- Sim...

- A burrice maior é, depois de gastar uma pequena fortuna em um minúsculo espaço desses amontoados, se comprometer a uma parcela vitalícia chamada condomínio 


- Os burgos nunca saíram de moda

- Nem a nossa estúpida ideia de achar, sempre, uma nova maneira de refazer velhos hábitos

- Entrei na sala escura, localizei o sofá. sentei encostando a cabeça e os olhos para o teto, os fechei  e tive uma sensação estranha

- Qual?

-De que minha cabeça era esmagada por um pedaço imenso de concreto vindo dele. Passei uma semana com essa terrível sensação

- Como fez para passar?

- Arrumei um vício

- Sou da seguinte teoria: É impossível sair da vida sem ter no mínimo 3 vícios

- Deixa eu pensar: um, dois, café, alguma coisa de cerveja , quatro, cuidar de cachorros, cinco...

- Você nem tem cachorro!

- Ahh, é verdade, isso era no outro lugar que morei.

- O cachorro era seu?

- Não...  era de uma das meninas que morava na casa

-Era prédio?

- Sim... Nem eu nem o cachorro víamos o céu

- tá cinza, olha, parou de chover

- Mas não da pra usar a piscina, tá em reforma

- O cachorro?

- Que cachorro?













2.3.15

A culpa



- Acredita que reataram o namoro depois de tudo o que aconteceu? Parece que vão passar a vida toda pedindo perdão um ao outro

- As pessoas precisam de perdão, é a culpa cristã que nos ensinam. Quando você se define pela sua culpa não consegue abrir mão dela