23.11.14




Existe esse pseudo banco de concreto em frente a mercearia aqui perto de casa. Gosto de colocar um vestido bonito, algum rímel e pentear os cabelos antes de passar lá. Geralmente observo: sempre vazia. Então acendo um cigarro, sento no cimento gelado. Em paz. Sinto tanta quietude no meio da cidade vazia.. Há quem retome suas forças na floresta, nos campos, com os animais. Tudo que é vivo sempre me trouxe melancolia. Já o cimento, os carros, o barulho mecânico da cidade ao fundo, isso funciona pra mim. É bom imaginar uma cidade-fantasma, um eu-fantasma. Virando escultura de concreto da paisagem: fumando de pernas cruzadas, um brinco de pena. Sou minha própria atração.



De-va-gar. Di-va-gar. Bem devagarinho antes de voar.

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