que há em mim
é você
você
e você
assim como
eu estou em você
eu estou nele
em nós
e só quando
estamos em nós
estamos em paz
mesmo que estejamos a sós"
Essa sala
Minha sala, individual e pouco própria.
sem sofá azul,
vazia.
Meus pequenos-verões não viram minha sala,
as cadeiras, os talheres.
Quanto há de egoísmo em mim em não mostrá-la
para meus pequenos-verões resplandecentes?
Meu sofá talvez seja como o seu,
como o da Vera, como o do Pedro.
Karine. Jeane. Rayanna.
Talvez todos, dentro e fora,
tenhamos um sofá
E então, porque Deus, será tão Difícil!
todos nos sentarmos, realmente juntos,
e
de imediato,
percebermos que todos estamos na mesma sala;
Oh, Acaso,
vem essa manhã
me molha com suas lágrimas,
continua chovendo em mim
essa gente,
essa poesia,
essas casas.
choro pensando no sofá
poder ser é uma questão essencial
e rara,
que ocorre
certas
manhãs.
Desejo, no auge de todo o meu amor-pedra, amar mais devagarinho e com palavras mansas meus verões. Queria chamá-los para minha sala, para meu café forte e amargo, e quando o sol já estiver subindo, mostrar meus bichinhos tão assustados e mansos.
É preciso, com urgência, que eles vejam meus lírios, e como eu permaneço deixando as flores secas decorando o lugar. Como guardei o incenso roubado, e como as paredes são decoradas com seus olhares distraídos.
Fazendo almoço,
atravessando a rua,
indo buscar mais uma cerveja.
me comovendo secretamente por existirem.
Eu queria,
do auge de toda força matriz,
protagonizar um chá da tarde,
me fazer nua, como a vida-sala,
não só existir por cartões de visita.
Ser-Habitada.
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