Seus olhos
castanhos me olhavam tímidos,
O vento da
janela do ônibus balançava seu cabelo,
igualmente castanho, meio ondulado
teimava em
tentar arruma-lo atrás da orelha
e sorria de
canto de boca.
Senti sua mão
quente se aproximar da minha
Antes que eu
pudesse contrai-la.
Senti-a
segurar me firme
- Se eu não passar aqui esse ano vou para Brasília estudar Direito.
Fiquei em
silêncio olhando a paisagem passar
Alguém gritou no fundo do ônibus.
Alguém gritou no fundo do ônibus.
Virei-me para trás, tentando entender o que acontecia
depois olhei para o lado e estava sozinha
Corri para a outra janela, procurando no ponto de ônibus se ela havia descido
depois olhei para o lado e estava sozinha
Corri para a outra janela, procurando no ponto de ônibus se ela havia descido
Tudo ficou
branco e minhas mãos estavam em baixo de algo macio, o vento batia em uma folha
de papel, tentei me mover e senti que ainda estava deitada na cama no meu
quarto. Tirei o cobertor, sentei cruzando as pernas, estiquei a mão e desliguei
o ventilador.
Escovei os
dentes,
Fiz um sanduíche,
Liguei a TV
Fugindo não ter saudade.
Fingindo não me sentir sozinha.
Fiz um sanduíche,
Liguei a TV
Fugindo não ter saudade.
Fingindo não me sentir sozinha.
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