2.8.15

O sonho

Seus olhos castanhos me olhavam tímidos, 
O vento da janela do ônibus balançava seu cabelo,
 igualmente castanho, meio ondulado 
teimava em tentar arruma-lo atrás da orelha 
e sorria de canto de boca. 
Senti sua mão quente se aproximar da minha
Antes que eu pudesse contrai-la.
Senti-a segurar me firme

- Se eu não passar aqui esse ano vou para Brasília estudar Direito.


Fiquei em silêncio olhando a paisagem passar
Alguém gritou no fundo do ônibus.
 Virei-me para trás, tentando entender o que acontecia
 depois olhei para o lado e estava sozinha 
Corri para a outra janela, procurando no ponto de ônibus se  ela havia descido 






Tudo ficou branco e minhas mãos estavam em baixo de algo macio, o vento batia em uma folha de papel, tentei me mover e senti que ainda estava deitada na cama no meu quarto. Tirei o cobertor, sentei cruzando as pernas, estiquei a mão e desliguei o ventilador. 

Escovei os dentes,
 Fiz um 
sanduíche,

 Liguei a TV
 Fugindo não ter  saudade.
 Fingindo não me sentir sozinha. 


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